A busca de um estilo de vida mais saudável cresce a cada dia, assim um hábito brasileiro de usar a bicicleta como lazer e diversão, foi estendido para o deslocamento de trabalho e entrega de mercadorias. Nessa linha, observa-se um aumento na venda de bicicletas (projeção de produção de 750 mil para o ano de 2022)[1], especialmente aquelas com maior valor agregado, como é o caso das elétricas. De olho nesse mercado, em que ciclistas enfrentam riscos de roubo/furto qualificado e ruas/ciclovias em más condições, seguradoras e insurtechs vem oferecendo seguros para bike com as mais diversas coberturas.
Historicamente, existem milhões de bicicletas nos lares brasileiros, mas, em 2021, a estimativa era de que apenas 100 mil estariam protegidas, dependendo os ciclistas, em caso de acidentes envolvendo veículos motorizados, apenas do seguro DPVAT[2]. Assim, o mercado do seguro de bicicletas, atualmente enquadrado na categoria de seguro de riscos diversos, apresenta um grande potencial de expansão e criação de novos produtos.
Nessa linha, na 2ª edição do Sandbox, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) selecionou produtos que ofereciam seguros para bicicletas[3]. E, anteriormente, a Circular Susep 592/2019[4], com a previsão da modalidade pay-per-use, depois dos carros, ganhou espaço também com as bicicletas.
Ao contrário do que muitos possam pensar, o seguro de bicicletas não se limita apenas ao bem em si, como seria o caso da cobertura de furto qualificado e roubo (cobertura básica), a qual poderia ser atendida também por meio de dispositivos de rastreamento postos a disposição no mercado e do cadastro nacional de bicicletas roubadas[5], mas é algo mais complexo que pode incluir também colisões, acessórios, prejuízos causados a terceiros e integridade física do ciclista.
Assim, o seguro de bicicleta se mostra bastante parecido com o seguro de automóvel, possuindo coberturas similares, como é o caso de colisão, roubo, furto e danos a terceiros, inclusive, a Porto, seguradora líder no Brasil no segmento de automóvel[6], também passou a ofertar esse produto, com uma solução completa abrangendo bicicleta, ciclista e terceiros[7], assim como acessórios acoplados à bike, como ciclocomputadores, GPS e velocímetros[8].
Além disso, deve-se ter em conta que as tão conhecidas “magrelas” não se limitam aquelas da nossa lembrança infantil e juvenil, utilizadas apenas para passeios e diversão, mas também aquelas de alta performance, elétricas e de maior valor agregado, podendo custar entre R$ 12 mil e R$ 100 mil reais[9], valor este substancial e que impacta consideravelmente no patrimônio do ciclista, não podendo este ficar à mercê de tentativas de recuperação e conserto do bem, precisando de um seguro para garantir os seus interesses.
Ainda, quanto as bicicletas usadas, foi divulgada parceria entre Clube Santu e Akad Seguros, para oferecer o chamado “Seguro Sem Nota” e atingir o público de ciclistas de bikes usadas[10].
Diante desse cenário, houve um grande crescimento nas contratações desse tipo de seguro em 2021 e 2022, tendo a Porto Seguro Bike feito um levantamento apontando que as contratações do produto cresceram 63% em 2021, quando comparado ao ano anterior[11].
Com a popularização do seguro para bicicletas e a oferta de novos produtos para esse segmento, oferece-se ao ciclista uma sensação de maior proteção contra eventuais prejuízos, o que pode incentivar, ainda mais, na utilização da bicicleta como principal meio de transporte.
Nós, da Carvalho Nishida, sabemos da importância de estarmos atentos as mudanças de comportamento da sociedade e a busca por um estilo de vida mais saudável, tendo em conta o crescimento nas vendas de bicicletas e contratações de seguro para garantir esse bem, com base na jurisprudência e no direito do consumidor, necessária a atenção as coberturas incluídas no seguro contratado, previsão de franquia, exclusões de risco, formas de indenização (dinheiro ou reposição da bike), tabela de depreciação e benefícios ofertados (assistências), mas especialmente a forma como isso é divulgado ao consumidor e dada ciência sobre eventuais limitações.
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[1] https://www.abraciclo.com.br/site/bicicletas-producao-nacional/
[2] https://aliancabike.org.br/um-panorama-do-mercado-de-seguros-de-bicicleta-no-brasil-bicicleta-news-especial/
[3] http://www.susep.gov.br/setores-susep/ditec/sandbox-regulatorio-2a-edicao
[4] https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/circular-n-592-de-26-de-agosto-de-2019-213190421
[5] https://www.bicicletasroubadas.com.br/roubos-stats-ranking.asp
[6] https://ri.portoseguro.com.br/a-companhia/apresentacao-da-companhia/
[7] https://www.legiscor.com.br/noticias/porto-seguro-lanca-seguro-para-bikes
[8] https://www.portoseguro.com.br/seguro-bike?gclid=CjwKCAjw3qGYBhBSEiwAcnTRLltlQzhlwm-q9WivSsVfq553Yn3kE3-hpLBxq83RQFggOfism911YxoCWYoQAvD_BwE
[9] https://www.capitolio.com.br/noticias/2021/06/07/cresce-demanda-por-seguro-de-bicicleta-de-ate-r-100-mil-diz-empresa/
[10] https://seguronovadigital.com.br/seguro-bike-bicicletas-usadas-ganham-protecao-exclusiva/
[11] https://www.revistaapolice.com.br/2022/06/porto-registra-aumento-na-procura-por-seguro-para-bicicleta/